Caminhos

Caminhos
Porque não pode haver outra forma senão a de existir tal como somos...

domingo, 10 de setembro de 2017

Viver hoje, recordar amanhã!


Sobre o dia 2 de setembro


A vida é um instante e, enquanto instante, passa sem nos apercebermos que passa tão rápido.
Se os bons instantes são poucos, há que saber aproveitá-los.
Uma bela tarde com bons amigos que aparecem sempre que é necessário.
Obrigado a todos!

A Biblioteca Municipal da Figueira da Foz

A Lígia Bugalho e o Rui Féteira, atores do Pateo das Galinhas,
que leram poemas

A Dra Leocádia Regalo, poetisa, a Dra Carmen Gouveia,
minha professora universitária e que fez a apresentaçao da obra,
eu, e o Dr Jorge Fragoso, o meu editor.

Alguns dos presentes


Os autógrafos
Mãe e filhas, felizes

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Convite

Com uma equipa extraordinária este será certamente um belíssimo momento!
Embora sabendo que não irão poder estar, não quis deixar de partilhar convosco.
Beijinhos


Convite







segunda-feira, 21 de agosto de 2017


Felicidade


Continuando no tema visitas...


Foi um convite para lanchar. Não num espaço público, mas em casa de uma amiga. Combinações cada vez mais raras: amigas, casas e tempo para lanchar.
Ultimamente tenho-me confrontado com o tema felicidade. E concluo que a felicidade é aproveitar os instantes de que é composta uma vida. Cada instante. Aos 20 anos, por exemplo, pode ser aborrecido e "uma perda de tempo" ouvir as histórias de alguém com 90, mas aos 50 isso é enriquecedor e saborosíssimo.
A minha amiga tem mais ou menos a minha idade e, falando da casa dela, a casa dela é um santuário, um consolo para a alma. Os inúmeros objetos de arte transportam-nos para outros universos e trazem-nos paz. Por todo o lado se respira simplicidade e bom gosto nos mais pequenos pormenores. E acho que não há uma única divisão que não tenha livros! Muitos quadros! Ah! E gatos! 4! Casa de gatos é casa de gente boa!
Falámos de arte, de bricolage, de amor e de avós.
Foram bons instantes que me proporcionaram felicidade. Obrigada, Ana! Cá vão algumas fotos. Não fotografei a tua Sant'anna de perto, mas é uma belíssima escultura em madeira.

O jardim e o lanche

Uma das paredes da cozinha

O piano e a Sant'Anna

Francisco, o cego e a Ritinha

A Sherazade aos pés da Ana,
junto à piscina que vai ser restaurada

Não vê, mas é como se visse...

Francisco e Sherazade

Um pouco de descanso

O aguçador de unhas

Janela da cozinha vista do exterior

Eu e o maravilhoso Francisco






sábado, 29 de julho de 2017



Lar

Hoje fui visitar uma amiga no lar onde está. Um dos mais caros e bem conceituados que há por estas bandas. Foi minha professora de francês no 12º ano. Apesar de já ter alguma idade, está bem e lúcida. Apenas a mobilidade requer um braço amigo. Acompanhei-a do quarto privativo até à sala de refeições comum onde foi lanchar. Da primeira vez que a fui visitar tive outra impressão. Ela fez-me na altura uma visita guiada pelos diversos espaços e tive a sensação de estar num grande hotel. Hoje essa boa impressão desvaneceu-se. E não foi por a minha amiga me ter dito que vai mudar, por o lar estar a perder qualidade no atendimento devido à falta de funcionárias, o que faz com que ela fique duas horas sentada à espera que lhe vão trocar a roupa.
Foi porque à hora do lanche os velhinhos eram muitos e os seus corpos e olhares transmitiram-me sensações aterradoras. A minha amiga falava e fazia perguntas e eu lá fui conversando com ela, sem me conseguir abstrair totalmente do ambiente em que me encontrava. Uma funcionária para dezenas de velhinhos! Havia uma velhinha de cadeira de rodas que falava a cantar e dizia inúmeras vezes a mesma frase. "Eu vou fazer chichi! Eu vou fazer chichi..." "Eu quero um copo de água, eu quero um copo de água..." "Eu quero um iogurte e um pacote de bolachas, eu quero um iogurte e um pacote de bolachas..." A velhinha ao lado dela dizia "cale-se, hoje não há copo de água, não seja mal-educada!". A velhinha da frente olhava para ela, inerte e muda, talvez mesmo sem a ver ou ouvir. Sim, mais mulheres do que homens. Algumas, apesar do calor, com casaco de lã, outras com cachecol...
Vi retalhos de vidas nos olhares vazios, memórias perdidas no tempo, construções efémeras, ilusões, desejos contidos nas limitações do corpo...
Que somos nós afinal? Deuses com pés de barro? E que mundo é este que estamos a construir?

A minha amiga














quarta-feira, 26 de julho de 2017

Dar voz aos outros


Ouvir os outros é importante e enriquecedor.
Deixo aqui dois poemas de duas amigas.
"Discordo" - Quantas vezes discordamos de nós próprios? Quantas vezes nos traímos nas nossas convicções?
"Menina de Azul" - Depois, sem querer, saltamos da infância e vem a dura consciência de todos os males humanos e o saber que a água do rio corre e que nunca é a mesma e que logo, logo, chegaremos ao mar.
Fomos cá colocados e cada um de nós, consciente de erros e falhas, tem de navegar o melhor que puder.
Boas férias e boas leituras!


Discordo


Discordo
quase em absoluto
de certas posições
que o meu coração assume

Também discordo
quase em absoluto
de certas posições
nas mesmas causas
que a minha razão assume

Assim, sou dissidente

Dissidente de mim própria

Absolutamente

Isabel Maia, Uma Existência Outra, Palimage


Menina de azul


Em todos os relógios
da cidade, os ponteiros
marcam a hora
inesperada da inocência.
Tudo parece perfeito,
excepto o meu rosto
de menina, asfixiado
na moldura do tempo.

Graça Pires, Fui quase todas as mulheres de Modigliani, poética edições

Em direção ao mar

quarta-feira, 21 de junho de 2017




Amada floresta 

Não há palavras para resgatar a vida, mas há ações. Cuidar da floresta, poupar os recursos naturais do planeta, boicotar a compra de produtos de países que não cumprem acordos ou que nem sequer os assinam...Somos muitos é certo e pequenos, mas todos responsáveis por um planeta que desejamos que dure saudavelmente durante muitos anos para que saudavelmente possamos viver nele. Vejo egoísmo e inércia, vejo interesses económicos e políticos e, como sempre, vidas perdidas. Estado de consternação e tristeza.



segunda-feira, 5 de junho de 2017



O dia do lançamento de um livro tem magia e por isso é maravilhoso.
Este meu mágico dia aconteceu na passada terça-feira, dia 30, na Casa da Cultura, em Coimbra.

Um obrigado do tamanho do mundo a todos os que estiveram comigo. Obrigado do coração a quem me deu os parabéns pelo feito. Há quem me deseje sucesso e agradeço...mas...se é que a palavra me serve, o "sucesso" que pretendia já tenho, é o cumprir de um sonho. Esse consegui e não me foge.

Aos que não puderam estar presentes deixo esta seleção de fotos.

(Quem pretender adquirir o livro agradeço mail para gamialves@gmail.com)


A capa
A capa


Eu, o apresentador, Dr. Manuel Ferro (ao centro) e o editor, Dr. Jorge Fragoso



Os amigos















Os meninos do Curso Profissional de Restaurante e Bar da Escola Secundária D. Duarte que me acompanharam com as formadoras, Tânia Pereira e Isabel Sousa



Eu e os meus anjos

O livro de autógrafos que pedi aos presentes
"Guardo-vos comigo..."
(As flores foram oferta da Guida)

terça-feira, 23 de maio de 2017




Queridos amigos:

A sessão de lançamento do meu livro de poesia intitulado "Da Timidez dos Homens"decorrerá em Coimbra, no dia 30 de maio, pelas 18 horas, na Casa da Escrita.
Assim, e acordo com o convite em anexo, muito gostaria de contar com a vossa presença.

Sei que a maioria de vós está longe e não vai poder estar presente, alguns encontram-se mesmo do outro lado do Atlântico, mas já é muito gratificante saber-vos aí e ir sempre trocando esta "correspondência" convosco.

Deixo-vos um poema deste meu novo livro:

"era bom que o Amor se vendesse

era bom que o Amor se vendesse
nas farmácias
excipientes e princípios ativos combinados
em cápsulas redondas e brilhantes
cor-de-rosa ou vermelho 
tanto dava
tomava cada um a sua dose necessária
e era o equilíbrio
sem raivas nem rancores
quem morresse por excesso de dosagem
morreria por sua conta e risco
(farmacêutico e médico ilibados)
de febre ou de cansaço
mas não de desamor"


Obrigada por estarem aí


quarta-feira, 10 de maio de 2017

A tradição já não é o que era


A vida também tem bons momentos e por muito curtos que sejam temos de os aproveitar.
Este ano as minhas filhas gémeas são caloiras e, como mãe orgulhosa que sou, decidi participar no tradicional Cortejo da Queima das Fitas, após vinte e poucos anos, pretexto que serviu uma vontade há muito adiada.
Os antigos estudantes vão à frente, a abrir o cortejo, com as suas capas e pastas com fitas, gritando de quando em vez o tradicional F-R-A.
Foi um cortejo agradável, visto na perspectiva da linha da frente, com os "velhos doutores" muito animados, a matar saudades dos velhos tempos, tal como eu, e muita música de gaita de foles, bombo, ferrinhos, cavaquinho,  boa conversa e muita cantoria!
Ainda eu não tinha feito meio percurso, já as minhas filhas me ligavam a dizer que continuasse, se me estava a divertir, mas que elas iriam para casa, pois tinham sido regadas com cerveja.
Bem, fiquei inicialmente triste, porque elas eram o motivo da minha decisão em aderir ao desfile após tantos anos, mas passado o desapontamento inicial, senti-me feliz e tenho de lhes dar os parabéns, por só gostarem de tomar banho com água e não gostarem de bebidas alcoólicas.
As reportagens têm dado que falar e, antes do cortejo, resolvi ir espreitar o local de partida dos carros e vi os "banhos de cerveja" de que falam as reportagens e a animação dos muitos que neles participam. Cada um bebe do que gosta e cada um faz aquilo que lhe é permitido. Mas...a nossa liberdade acaba onde começa a liberdade do outro...ou já não será assim? Dificilmente consegui romper por entre a multidão, através do chão encharcado e das latas e garrafas de vidro já vazias.
Deixo um R-F-A "com toda a pujança e toda a cagança do fundo do coração" a todos os resistentes, sobretudo aos que não gostam da mudança da tradição, mas que nem sabem que não gostam e aos sóbrios que ainda se conseguem divertir...




quarta-feira, 3 de maio de 2017



A todos o meu muito obrigado pela visita a este meu espaço.
Uma situação familiar tem-me deixado mais ausente, mas vou regressando devagarinho.
A minha mãe, após a morte do seu companheiro, está a viver comigo. Como se encontra praticamente inválida, com uma doença degenerativa que lhe vai reduzindo a mobilidade, eu tenho andado a viver em 24 horas a vida de duas pessoas, a dela e a minha, com todas as tarefas subjacentes que o processo implica, para além do meu dia de trabalho na escola. Uma verdadeira roda viva, como se costuma dizer.
Mas enfim, hoje dizem-me que é dia especial para celebrar - o dia dos meus anos.
E...
deixamos de querer fazer anos quando começamos a ser nós a preparar a nossa própria festa...
quando temos mais dores a gerir...
quando as responsabilidades que pesam sobre a nossa cabeça são tremendas...
quando sentimos cada vez mais que a vida dói...
quando há saudades, porque na mesa ainda há lugares, mas já não há os que antes se sentavam neles...
quando tanta coisa...

mas...
hoje quero embalar-me
nos braços do tempo
e sonhar...


domingo, 19 de março de 2017


A todos os pais, dignos desse título...

(Escrito aos 18 anos, 16 dias após perder o meu pai, cheia de saudades. Naif, simples, mas muito sentido - inédito)

Bendito o escritor
que na prosa deixa a vida,
bendito o poeta
que se imortaliza com os seus versos,
bendita a boa fama
que é única a vencer a lei da morte,
bendito alguém
que dá algo a outro alguém.
Bendito sejas tu, pai,
que eras poeta sem saber
porque tudo amavas muito.
Bendito sejas
porque me deste tudo,
porque eras alguém
e deixaste um lugar imortal
no meu coração!
Bendito sejas para mim!

GA


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017



As minhas desculpas por ter andado ausente, ciente do que devo ter perdido por aqui, mas o falecimento de um familiar muito querido e de um outro dependente de mim, têm-me exigido outro tipo de esforço e concentração.
No entanto...



Anda. Caminha aos zigue-zagues. Tropeça também. Faz curvas e contracurvas atordoado pelo cansaço. Chora e continua. Podem apontar-te mil caminhos. Só seguirás aquele de que precisas para te construir. Qualquer que ele seja não desistas. Confia em ti. São os obstáculos que te farão chegar ao topo. 
Parece-te que todos são felizes e só tu navegas em águas alterosas. Ilusão. Todos estão perdidos em busca do mesmo: a consagração do eu; a felicidade suprema inalcansável; um amor mais ou menos perfeito; a explicação da vida...
Um dia, talvez após uma curva em que quase te irás estatelar, surgirá uma estrada muito mais luminosa, em que encontrarás respostas para as tuas perguntas e incertezas. Então, descobrir-te-ás sozinho e nu perante ti mesmo, supremo e soberano juiz e nesse instante serás inteiro.
Tenho a certeza.



domingo, 29 de janeiro de 2017



Meu coração partiu não está em mim
Vai a fugir no meu sonho a cavalo
Diz-me adeus e que é melhor assim
Resgatar-me deste meu ser vassalo.

Antes vivia a vida em frenesim
Na agitação constante de encontrá-lo
Agora esta dormência a que advim
Esta paz triste e lenta em que resvalo.

Agora já não choro por amor
Nem ânsia ou qualquer fúria me detém
Mas uma angústia longa de refém.

E de manhã acordo nesta dor:
Meu coração fugiu - analisei
Mas será que o perdi ou o encontrei?


Elevador do Mercado - Coimbra


Campos do Ribatejo

Cavalo da Escola Secundária D. Duarte


sábado, 21 de janeiro de 2017



Absurdos são os contornos dos dias em que esmagamos o silêncio contra as paredes da casa e renascemos das noites de amargura para viver outra vez. Somos páginas soltas à deriva no espaço. Podíamos dar as mãos neste intervalo, que tem o tamanho triste de uma vida, mas estacamos renitentes aos abraços. 

Os ventos que nos rumam sopram em direcções contrárias. O medo oprime-nos enquanto sorri e acena-nos de todas as frestas com uma ilusória bandeira da paz.


domingo, 15 de janeiro de 2017



Tenho andado ausente. Não prometo ser mais regular por estas paragens. 

Quero dedicar o meu primeiro post de 2017 a todos vocês que passam por aqui. Quero agradecer-vos os minutos de atenção, as palavras amigas, os vossos posts agradáveis que servem para refletir, aprender, ou simplesmente repousar os ouvidos ou o olhar. 
Feliz 2017 para todos! E, apesar das neblinas ou das sombras, cada vez mais é urgente...


Ser como as árvores persistente e estender os ramos para o céu ao ritmo do vento. Alongar o tronco e abraçar a infinitude. Esticar as raízes em busca de mais terra. Acreditar sempre na melodia das folhas que renascem e agradecer às que caem, pois cumpriram o fim para que nasceram. Olhar o céu. Aprender com os pássaros. Não desistir. Não vergar ao cansaço. Teimar. Perdurar. Ser resistente.







































P.S.: As fotos são sempre as que vou tirando nas minhas deambulações pelo espaço...
Beijos
Obrigado!